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Quadro de distribuição de energia - Leia o conteúdo completo para aprender mais detalhes sobre ele, inclusive como fazer a derivação de QDÇ.

Quadro de distribuição de energia – Como interligar? 

Hoje, nosso foco está em um componente essencial de qualquer sistema elétrico: Quadro de distribuição de energia. 

Este dispositivo, muitas vezes subestimado, é o coração da distribuição elétrica em residências, escritórios e indústrias. Entender como funciona e a importância de sua correta instalação e manutenção não é apenas uma questão de eficiência, mas também de segurança. 

Por isso, vamos mergulhar juntos nos detalhes deste equipamento, destacando as melhores práticas para garantir um sistema elétrico seguro e eficiente

Então, prepare-se para aprender tudo sobre derivação de QDÇ. Vamos lá?

O que diz a norma sobre Derivação de Quadro de Distribuição de Energia? 

Vamos imaginar uma situação onde você precisa conectar dois quadros de distribuição de energia, mas está sem saber como proceder. 

Naturalmente, uma ideia que pode surgir é a de fazer a conexão direta entre eles. Outra possibilidade seria dividir o cabo de alimentação principal antes dele chegar aos quadros, ou seja, você pegaria o cabo principal e faria ramificações para fornecer energia a ambos os quadros.

No entanto, surge a dúvida: isso é permitido pelas normas?

Pesquisando sobre isso, não encontrei nenhuma regra específica sobre a conexão direta entre quadros de distribuição de energia. Porém, é importante considerar outros aspectos relevantes.

Por exemplo, um ponto crucial é o item 4.2.5.1, que orienta que a instalação elétrica deve ser dividida em vários circuitos, conforme necessário. 

Ou seja, cada circuito deve ser projetado de modo que possa ser desligado individualmente, sem risco de ser reativado acidentalmente por outro circuito. 

Além disso, o item 4.2.5.3 menciona que devem existir circuitos distintos para partes da instalação que precisem de um controle específico, garantindo que falhas em um circuito não afetem os demais.

Analisando essas informações, a solução mais adequada seria instalar um quadro de distribuição geral (QDG) perto do quadro de medição principal. A partir deste QDG, distribuiremos os circuitos para os diversos quadros de distribuição de energia (QDCs) presentes na edificação.

Dessa forma, os cabos de alimentação sairiam do quadro de medição, indo em direção ao QDG. No QDG, teríamos proteções específicas tanto para o quadro de distribuição principal quanto para o secundário. 

E, a partir de cada proteção, as alimentações para cada QDC seriam realizadas de maneira separada, garantindo segurança e conformidade com as normas vigentes.

Vale a pena fazer derivação de QDC? 

Então, aqui vai uma situação que não é tão rotineira de se encontrar nas instalações, principalmente porque pode encarecer o processo. Na minha visão, nem sempre essa abordagem é necessária.

Mas, continuando a refletir sobre as normas relacionadas às derivações, existe uma alternativa interessante a se considerar.

Vamos falar sobre a Segunda Opção de Derivação de Quadro de Distribuição de Energia. Essa maneira é bem mais comum. Por exemplo, foi o método que utilizei em um projeto recente.

Nesse caso, a energia parte do quadro de distribuição principal e se direciona para o quadro da casa de máquinas da piscina. E, da mesma forma, fiz uma derivação para o quadro de distribuição da área de churrasco.

Os cabos de alimentação saem do quadro de medição e se conectam ao quadro de distribuição de energia localizado na casa principal. No quadro principal, existem dois disjuntores separados para assegurar a proteção geral de ambos os quadros secundários.

Um disjuntor bipolar de 25A com cabo de 4mm² é usado para o quadro da casa de máquinas, enquanto outro disjuntor, também bipolar, mas de 32A e cabo de 6mm², é destinado ao quadro da área de churrasco.

A partir desses disjuntores, eu organizo a alimentação para cada um dos quadros de distribuição de energia respectivos, garantindo assim uma distribuição segura e eficiente.

Qual a melhor forma de fazer derivação de QDC? 

Vamos refletir sobre as duas abordagens que mencionamos anteriormente para a instalação de quadros de distribuição de energia, ambas em conformidade com a norma. Mas é crucial lembrar que, independente da escolha, é essencial manter a coordenação e seletividade, como orienta o item 6.3.6 da NBR 5410.

Agora, surge um ponto interessante: Por que a primeira opção parece ser a mais acertada? Bom, vamos imaginar uma situação para ilustrar. 

Suponha que eu empreste um espaço de lazer para um amigo passar o fim de semana com a família. Ou seja, esse local tem uma área de churrasco completa, com quarto, cozinha e banheiro, funcionando como uma casa de hóspedes. Eu não dou a chave da casa principal para ele, pois ele só usará a área externa.

Pense no seguinte cenário:

Se houver algum problema que afete a proteção interna da casa principal, como o acionamento do disjuntor geral ou do dispositivo de proteção residual (DR), o que aconteceria? 

Neste caso, teriam que interromper a estadia prematuramente, pois o quadro principal, que controla essa área, está trancado dentro da casa. Ou seja, claro que na prática eu daria todas as chaves se emprestasse o local. Mas esse exemplo serve para mostrar por que a norma enfatiza a importância da coordenação e seletividade.

As normas estabelecem diretrizes, mas não especificam exatamente como a instalação deve ser feita. Cabe a nós, profissionais, interpretar e aplicar estas recomendações adequadamente.

E quanto à ideia de derivar um cabo da mesma seção do ramal principal para alimentar outro quadro de distribuição? 

Você pode estar pensando: Será que não seria viável usar um cabo da mesma bitola do ramal principal para conectar um quadro adicional? 

Na prática, a carga de dois quadros raramente será igual à carga total do ramal principal. Portanto, seria um desperdício. 

Por exemplo, usar um cabo de 16mm do quadro principal para alimentar um quadro secundário que necessitaria apenas de um cabo de 6 ou 10mm.

Assim, a primeira opção que apresentamos, de separar as alimentações e as proteções dos circuitos logo após o ponto de entrada, faz todo o sentido.